sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Madrugada

Madrugada,
como é gostoso sentir teu silêncio
e ouvir as vozes que gritam em mim,
aquelas que se mexem e querem se transformar,
em um conto,
uma letra,
ou poesia.
(R.C.)


Doce Mar

Doce mar de lembranças,
que traz uma leve ternura,
capaz de por um breve momento,
reencantar o coração.
Com sentimentos que outrora,
fossem talvez voláteis.
Deliciosos,
porém um tanto quanto insubstancial;
Eis que surge uma saudade tenra,
daquilo que não foi vivido;
Como se a vida fosse breve demais para se apaixonar
e para viver todas as paixões até seu esgotamento;
Para viver de encantamento;
Uma escolha deixada de lado no passado,
um ato que não foi consumado,
por simples desejo de querer viver,
ou por um desacordo do tempo;
Porque a juventude é senão um transbordamento
de tudo que se conhece e desconhece;
Que ingrata a vida de não se demorar mais tempo na tenra idade,
em seu envolvimento com todos os encantos que trazem brilho ao olhar.
(R.C.)


segunda-feira, 1 de março de 2010

Madrugada tão silenciosa e enérgica,
turbilhão efervescente que resplandece dentro de mim,
é um não sei o que,
que ora traz alegria,
ora desamparo;
Uma euforia de querer tudo,
menos o sono;
Mas as pálpebras já estão cansadas.
E o que fazer com a desordem de meus pensamentos.
Transforma-lo-eis em versos,
ou em sonhos?
(R.C.)
Final de Setembro

Tenho essa sede seca,
de beber a última gota,
de ânsiar mais
e calar a boca
e falar os pensamentos.
Tenho esse desejo implícito,
essa fonte oculta e obscura,
mais clara,
cheia de luz,
de claridade,
de brevidade.
Tenho o tempo em minhas mãos,
e o derramar entre meus dedos,
tenho tudo,
tenho o quase,
tenho (o) nada.
(R.C.)

domingo, 27 de setembro de 2009

Sede

Ando com uma sede insaciável,
faminta de idéias;
Onde o sentimento transborda,
não de madrugada;
Mas em um final de tarde volumoso;
Assim de repente,
brotando da terra,
sem aviso de chegada
e sem data de partida.
(R.C.)
Quero propor um verso,
com a fragância de rosas murchas,
de pétalas enegrecidas e envelhecidas,
como um bolero antigo,
um passo esquecido,
um contraponto desfeito.
(R.C.)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Falar sobre si,
ótima forma de exaltar qualidades,
ou de se culpar pelos defeitos;
Defeitos esses que humildemente,
transformo-os em autopiedade,
ou os quais, simplesmente,
são mascarados, na verdade
por uma grande vaidade.
Falar de si, não é simples,
ou chega ao menos a ser irresistível;
Focar uma atenção,narcisa,
ao que os olhos de outrem não repara;
Mostrar o invisível, que quer ser revelado,
falar de forma doce, até cômica,
com ironismos leves,
mostrar a parte clara,
branda,
o que é de fato humano,
e o que é de fato pincelado;
Falar de si, é pincelar a própria cara
com as cores que você quer escolher
e apresentar o quadro que você quer expor.
Prefiro então,
esquecer-me de mim,
pra poder me encontrar,
despida, da cabeça aos pés.
(R.C.)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Mês de Maio
Noite inspiradora no mês de Maio,
quantas luas, astros, estrelas e astrologias ja rodaram no redemoinho do mundo,
quantos arranhas céus ja gritaram e quantas constelações ja choraram,
Deuses madrigais, amores carnais, amantes e nada mais.
São palavras que gotejam e bocas que esperneiam.
O livro aberto das emoções da direito a brincar e rodar,
de confundir e esclarecer,
é abstrato, surreal e onírico.
(R.C.)